No dia da festa nacional da Sérvia, o herdeiro do trono austríaco e a sua mulher visitaram a cidade de Sarajevo. Às 11:02, o escritor bósnio Nedljko Cabrinovic atirou uma bomba de um dos cais, junto à ponte Cumurja, no momento em que passava o automóvel do arquiduque. Após rolar pela capota, o engenho explodiu na rua. O atentado provocou vários feridos, mas Francisco fernando e a sua mulher ficaram ilesos. Após a recepção oficial na Câmara Municipal, iniciou-se a viagem de regresso no automóvel descapotável. Ao fazer uma manobra, o carro deteve-se perante um jovem de dezanove anos, que assassinou com dois tiros o herdeiro do trono e a sua mulher. (...)
Os autores do atentado - nacionalistas sérvios da Bósnia que lutavam contra a hegemonia da Áustria nos Balcãs - tinham actuado por encargo da organização secreta revolucionária e nacionalista Unificação ou Morte (a "Mão Negra").
Apoiada pela Rússia, a "Mão Negra" reclamava a direcção da Sérvia no processo de unificação nacional dos eslavos do Sul. Mas o g0verno sérvio queria evitar a todo o custo o conflit0 armado com a Áustria-Hungria. Porém, e embora tivesse conhecimento dos planos para o atentado desde princípios de Junho de 1914, não adoptou qualquer medida para o evitar.
O Kaiser alemão Guilherme II assegurou de imediato ao imperador Francisco José a sua fidelidade à aliança, o que significava a sua disponibilidade para iniciar acções militares contra a Sérvia.
História do Século XX Década a Década. 1910 - 1920. Vol. 2, Visão, 1999.
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