quinta-feira

O Regicídio abala a monarquia

D. Carlos

Em 1906, após eleições conturbadas, D. Carlos decide confiar o governo a João Franco. Portugal passa a ser governado em ditadura. Aumenta o teor repressivo do regime através da censura à imprensa e da perseguição a membros da oposição. Multiplicam-se os escândalos da classe política. Nos finais de 1906, a discussão dos adiantamentos à Casa Real, espécie de empréstimo público para sustentar a família real, provoca um enorme protesto dos republicanos. Esta questão causa enormes danos à monarquia que vê o seu prestígio diminuir, à medida que a causa republicana ganha novos adeptos. (…)


No dia 1 de Fevereiro de 1908 a família real chega ao Terreiro do Paço, regressando de Vila Viçosa. (…) a carruagem é assaltada por um homem de barbas, vindo da retaguarda, abre a capa que trazia vestida, saca de uma carabina e atinge fatalmente D. Carlos. O landau continua o seu percurso, agora já por entre o pânico, e logo surge outro vulto ameaçador. D. Luís Filipe levanta-se, cambaleando dentro do veículo, e aponta a sua arma, sendo de imediato atingido. A confusão é enorme. Os polícias atiram matando os dois regicidas e um rapazote que assistia ao cortejo. D. Carlos e D. Luís Filipe estavam mortos, assim como os autores do crime, dois carbonários, Manuel Buiça e Alfredo Costa.

Portugal fica de luto, dividido entre a angústia monárquica e o júbilo republicano. João Franco deixa o governo e D. Manuel ocupa o trono até à proclamação da República.


História do Século XX. Década a Década. 1900-1999. Vol.1, Visão, 1999.





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